Você já sentiu que seu currículo de TI tem muito potencial, mas não está rendendo entrevistas? Respira 🙂. Hoje vamos montar um documento que funciona tanto para o ATS quanto para olhos humanos — com clareza, dados e foco no que importa.
Você vai sair daqui com:
Uma estrutura simples e eficiente para currículo de tecnologia.
Técnicas para traduzir seu trabalho em resultados e métricas.
Templates práticos para copiar/colar e adaptar à sua realidade.
Dica rápida: pense no currículo como um artefato técnico. Defina requisitos, priorize, documente resultados. 💡
Por que isso importa (e como recrutadores avaliam)
Em TI, recrutadores e líderes técnicos buscam clareza de impacto e aderência ao stack da vaga. O processo costuma ter dois filtros:
Filtro automático (ATS): sistemas que analisam palavras-chave, estrutura e legibilidade. Eles não são perfeitos, mas ajudam a triagem inicial.
Filtro humano: alguém lê em poucos segundos [estimativa] procurando sinais de entrega, qualidade e alinhamento com a vaga.
O segredo é construir um currículo que fale a língua da vaga, sem soar genérico. Isso exige três camadas:
Conteúdo: experiências, projetos e resultados.
Semântica: palavras-chave certas, nos lugares certos.
Forma: layout simples, sem atrapalhar parsing.
Passo a passo para um currículo de TI que se destaca
1) Defina o alvo e extraia requisitos como um backlog
Colete 3 a 5 descrições de vagas-alvo (mesmo cargo/nível) e sublinhe os requisitos repetidos.
Monte um "Mapa de Correspondência": de um lado, requisitos; do outro, exemplos seus que provam cada item.
Exemplo de requisitos recorrentes (Back-end Node.js):
PDF com texto selecionável costuma ser seguro. Em alguns portais que extraem texto automaticamente, .docx pode ter melhor parsing. Siga o que a plataforma pedir e, se tiver dúvida, envie ambos quando possível.
Evite gráficos, tabelas complexas e ícones demais. ATSs podem ignorá-los.
3) Cabeçalho profissional e clicável
Inclua: nome, cargo-alvo (ex.: Desenvolvedor Back-end Node.js), cidade/UF, e links clicáveis para LinkedIn, GitHub e portfólio. E-mail profissional e telefone.
4) Resumo Profissional que traduz valor
Trate o resumo como um pitch de 3–5 linhas. Mostre anos de experiência, stacks-chave, contexto de negócio e 1–2 resultados com números.
Estrutura sugerida:
Quem você é (cargo, senioridade, principais stacks)
Contexto em que você trabalha bem (produto, escala, setor)
1–2 impactos com dados
Exemplo:
Desenvolvedor back-end com 5+ anos em Node.js/TypeScript, foco em APIs de alta disponibilidade para e-commerce. Otimizei latência em 30% [estimativa] com caching e profiling, e reduzi custos de infraestrutura em ~18% [estimativa] ao ajustar autoscaling em AWS.
5) Experiência: o método CAR (Contexto, Ação, Resultado)
Cada bullet precisa responder: qual era o contexto? o que você fez? qual foi o resultado?
Implementou fila de processamento com SQS e workers em Node.js (NestJS) para conciliar 200k eventos/dia, reduzindo erros de reconciliação de 2,3% para 0,5% [estimativa].
Otimizou queries PostgreSQL (índices parciais e análise de plano) em endpoints críticos, diminuindo p95 de 900ms para 350ms [estimativa].
Estruturou pipeline CI/CD (GitHub Actions) com testes, lint e scan de segurança, diminuindo incidentes de produção relacionados a regressões [estimativa].
Se você não sabe a métrica exata, use uma aproximação honesta e sinalize como [estimativa]. Melhor que deixar genérico.
6) Habilidades técnicas: agrupadas e relevantes
Organize por famílias e destaque o que a vaga pede:
Nível de proficiência: use rótulos simples (Básico/Intermediário/Avançado) e seja coerente com o que suas experiências demonstram.
7) Palavras-chave e ATS (sem parecer robô)
Use termos exatos da vaga onde fizer sentido: se a vaga pede "NestJS", não use só "Node.js" — use ambos.
Sinônimos ajudam, mas priorize o termo da vaga.
Repita com parcimônia. Evite encher uma seção só com keywords.
Coloque as palavras-chave em Experiência e Projetos, não apenas em Habilidades.
Teste legibilidade: se um humano estranha, ajuste. O ATS é etapa, não o objetivo.
8) Projetos relevantes e contribuição open source
Se faltam experiências formais ou se há projetos marcantes:
Projeto pessoal: descreva problema, stack, decisões técnicas e resultados (ex.: 1.200 usuários/mês [estimativa]).
Open source: PRs aceitos, issues resolvidas, manutenção de package. Link direto para o repositório.
Hackathons: destaque protótipo funcional, premiações e tecnologias.
9) Certificações e formação (sem inflar)
Inclua certificações que reforçam a vaga: AWS (ex.: SAA, DVA), Azure (AZ-900, AZ-204), GCP, Kubernetes (CKA/CKAD), Scrum/Kanban (se for relevante ao contexto). Informe ano de conclusão e validade.
10) Soft skills que aparecem no código
Soft skills ganham força quando conectadas a resultado técnico:
Comunicação: RFCs claras e PRs bem documentados → menos retrabalho.
Colaboração: pair programming e design reviews → ramp-up mais rápido do time.
Ownership: on-call e post-mortems → redução de incidentes recorrentes.
11) Ajustes por senioridade
Júnior: destaque projetos (acadêmicos/autorais), bootcamps, contribuições open source e estágios. Use bullets com impacto (mesmo que pequeno) e mostre potencial de aprendizado rápido.
Sênior: ênfase em decisões de arquitetura, liderança técnica, mentoria, redução de risco e impacto no roadmap.
12) Particularidades por trilha
Front-end: Lighthouse, Core Web Vitals, acessibilidade (WCAG), testes de UI, Design System.
Back-end: latência, throughput, confiabilidade, resilência, idempotência, tolerância a falhas.
Dados: pipelines, SLAs, data quality, governança, modelagem, custo de consultas.
DevOps/SRE: SLO/SLI, automação, IaC, incidentes, custo/eficiência de infra.
QA/Eng. Testes: estratégia de testes, cobertura útil, ambientes, qualidade de release.
13) Internacional e remoto
Idiomas: informe nível real e onde foi praticado (reuniões, documentação, on-call).
Fusos: disponibilidade e experiência com times distribuídos.
Portfólio em inglês e README dos projetos: aumentam alcance global.
Erros comuns (e como corrigir)
Descrever tarefas, não resultados.
Causa: foco em atividade, não em impacto.
Correção: reescreva bullets usando método CAR e inclua números [estimativa] quando necessário.
Layout com duas colunas e gráficos.
Causa: busca por visual bonito.
Correção: simples é melhor. Uma coluna, texto claro, links clicáveis.
Habilidades infladas.
Causa: medo de ficar para trás.
Correção: mantenha apenas o que consegue discutir em entrevista. Ajuste proficiência.
Esquecer links.
Causa: pressa.
Correção: inclua LinkedIn, GitHub e 1–2 projetos relevantes. Teste os links.
Não adaptar o currículo à vaga.
Causa: envio em massa.
Correção: personalize o resumo e 2–3 bullets-chave por oportunidade.
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Mini-caso: do genérico ao específico (e mais entrevistas)
Eu já vi acontecer muitas vezes. Imagine o Lucas, desenvolvedor pleno back-end, com 4 anos de experiência, currículo genérico e sem números. Após reescrever o resumo para focar em Node.js/TypeScript, destacar 3 resultados com métricas (latência, falhas, custos) e alinhar palavras-chave à vaga (NestJS, SQS, PostgreSQL), a taxa de convites para entrevista dele subiu cerca de 40% [estimativa] em um mês. Ele não "virou outra pessoa" — só tornou o valor visível.
"Currículo bom não é o mais bonito. É o que prova, rápido, por que você resolve o problema daquela vaga."
Templates práticos para copiar/colar
Template 1 — Resumo Profissional (adapte em 3–5 linhas)
[Seu Cargo] [Nível] com [X] anos em [Stacks principais]. Experiência em [contexto: produto, escala, setor]. Destaques: [resultado 1 com métrica], [resultado 2 com métrica]. Foco atual em [área] com [tecnologias]. Links: [GitHub] • [Portfólio] • [LinkedIn].
Exemplo adaptável (Back-end):
Desenvolvedor Back-end Pleno com 5 anos em Node.js/TypeScript. Experiência em APIs de alta disponibilidade (e-commerce). Destaques: -30% p95 com caching/otimização de queries [estimativa], pipeline CI/CD com testes e checks obrigatórios. Foco em arquiteturas escaláveis com AWS (ECS, S3, CloudWatch). GitHub/Portfólio/LinkedIn nos links do cabeçalho.
Template 2 — Mensagem curta no LinkedIn para recrutador
Assunto (se usar InMail): Desenvolvedor(a) [stack] — match com a vaga [código/empresa]
Olá, [Nome do recrutador], tudo bem?
Vi a vaga de [Cargo exato] em [Empresa] e acredito ter forte aderência: [2–3 palavras-chave da vaga].
Resumo rápido: [impacto 1 com número] | [impacto 2 com número] | [stack principal].
Posso enviar meu currículo e 2 repositórios relevantes? Deixo aqui meu GitHub: [link] e portfólio: [link].
Obrigado pelo seu tempo!
[Seu Nome] — [Cidade/UF] — [LinkedIn]
Antes de enviar seu currículo: checklist final
Cargo-alvo no cabeçalho está claro (ex.: Desenvolvedor Back-end Node.js)
Resumo com 3–5 linhas, citando stacks, contexto e 1–2 resultados
Bullets de experiência seguem método CAR (contexto, ação, resultado)
Palavras-chave da vaga estão em Experiência/Projetos e Habilidades
Layout em uma coluna, PDF legível (ou .docx se a plataforma pedir)
Ortografia revisada (leitura em voz alta ajuda)
1–2 páginas, dependendo de senioridade e relevância
Dados sensíveis removidos (CPF, RG, foto se não for requisito)
Adaptei 2–3 bullets ao problema central da vaga
Conclusão: torne seu valor inequívoco
Currículo não é autobiografia; é argumento técnico. Quando você estrutura por impacto, fala a língua da vaga e facilita o trabalho de quem lê, a conversa anda. Escolha uma vaga, faça seu Mapa de Correspondência e reescreva o resumo hoje. O retorno vem rápido [estimativa].
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